Deus ou Big Bang – Qual a Origem do Universo?

Qual a origem do Universo? Deus ou Big Bang? A ciência aponta a teoria do Big Bang como sendo a melhor explicação para a origem do Universo, mas será que o Big Bang de fato aconteceu? E se aconteceu, ele exclui qualquer possibilidade para a existência de Deus?


A teoria do Big Bang

| A teoria da relatividade de Einstein

A teoria da relatividade geral de Albert Einstein, teve um papel fundamental para o surgimento da teoria do Big Bang e, consequentemente, para o fim da ideia de que o Universo esteja estático e seja eterno.

Não é muito fácil entender a teoria de Einstein, mas o que podemos extrair dela é que existe uma correlação entre tempo, espaço e matéria, ou seja, um não existe sem o outro, e um afeta diretamente o outro.

Porém, segundo a história, não foi Einstein quem desenvolveu a teoria do Big Bang, pois quando ele começou a aplicar sua teoria ao Universo, em 1917, percebeu que ela contrariava a sua própria cosmovisão. Por essa razão, ele adicionou um novo termo às suas equações para permitir que elas se adequassem a um universo estático.

| O modelo Friedman-Lemaitre

Anos depois o matemático russo Alexander Friedman e o astrônomo belga Georges Lemaître descobriram, com base nas equações de Einstein, que a teoria da relatividade geral exigia que o Universo estivesse em expansão.

Em 1929, o astrônomo americano Edwin Hubble, através de observações feitas em seu telescópio, comprovou que as galáxias estavam se afastando de nós em velocidades absurdas.

Tudo isso levou a óbvia conclusão de que o Universo teve um começo, afinal, se o Universo está se expandindo com o passar do tempo, significa que um dia, ele esteve contraído e concentrado em um único ponto inicial. E a explosão deste ponto inicial, ficou conhecida como Big Bang.

O que é o Big Bang

Afinal, o que ensina a teoria do Big Bang?

Quando se fala que o Universo está se expandindo, não significa que as galáxias não estão se movendo para um espaço vazio preexistente, mas que elas estão se afastando umas das outras à medida que o espaço se expande.

O mesmo entendimento se aplica ao Big Bang, não se trata da explosão de uma esfera super densa de matéria em algum ponto específico do Universo, mas sim, do surgimento do próprio o Universo, que se expandiu a partir do nada. E nada não é um espaço vazio, nada é nada! O Big Bang é a origem do tempo, do espaço e da matéria.

A aceitação da teoria do Big Bang

Diante das descobertas mais recentes da ciência, a teoria do Big Bang é hoje, de longe, a mais bem aceita pelos cientistas para explicar a origem do Universo. Contudo, foi preciso tempo, evidências de observação e verificação cuidadosa das previsões feitas pelo modelo do Big Bang, para que a comunidade científica aceitasse a ideia de que o Universo, de fato, teve uma origem.

E mesmo que a teoria do Big Bang venha a ser descartada no futuro, o que é altamente improvável, existem outras duas fortes evidências de que o Universo não pode ser eterno:

  1. O Universo consome energia e possui uma quantidade limitada dessa energia, ou seja, já estaria ela se estivesse funcionando a um tempo infinitamente distante. 1
  2. Não é possível haver uma quantidade infinita de dias no passado, se assim fosse, o dia de hoje jamais teria chegado. É impossível iniciar uma contagem de dias a partir do infinito, pois sempre haveria um dia anterior para contar.

A pergunta é: por que os cientistas sempre foram relutantes em aceitar que o Universo teve um começo? A resposta é simples: as implicações desta teoria.

O que causou o Big Bang?

Existem apenas duas possibilidades para qualquer coisa que exista: (1) ou essa coisa sempre existiu e, portanto, não possui uma causa, ou (2) ela teve um início e foi causada por alguma outra coisa.

Qualquer pessoa que esteja sinceramente buscando a verdade, jamais questionará a premissa de que “tudo o que veio a existir possui uma causa”, nada pode ser causado pelo nada. Essa é a lei da causalidade, que é um princípio fundamental da ciência. Se o Universo teve um começo, significa que teve uma causa.

O argumento cosmológico2, pode ser estruturado da seguinte forma:

  1. Tudo o que teve um começo teve uma causa.
  2. O Universo teve um começo.
  3. Portanto, o Universo teve uma causa.

Uma vez que a evidência mostra que o tempo, espaço e matéria foram criados no Big Bang, a mais provável conclusão científica é que o Universo foi causado por algo externo ao tempo, ao espaço e à matéria.

Se o que causou o Universo transcende ao tempo, é algo eterno; se transcende ao espaço, é infinito; se transcende à matéria, é espiritual; ou seja, algo eterno, infinito e espiritual, criou o Universo.

A Causa Primeira: Deus

Enquanto muitos pensam que a teoria do Big Bang exclui a possibilidade da existência de Deus, na verdade ela faz exatamente o contrário. Uma vez que as forças naturais — na verdade, a própria natureza — foram criadas no Big Bang, a sua causa só pode ter sido uma força sobrenatural.

O Big Bang não só coloca a existência de Deus como a única possibilidade plausível, como também aponta para o Deus bíblico (Hb 1.10). E isso acontece porque, além de ser eterno (Sl 90.2), infinito (Sl 139.1-12) e espiritual (Jo 4.24), como revelado na Bíblia, existem mais quatro conclusões igualmente bíblicas:

  1. Trata-se de um Deus único (1Tm 2.5, Is 45.6). Afinal, somente um ser único pode ser infinito. Se houvessem outros deuses, nenhum deles seria infinito, pois um terminaria onde começasse o outro.
  2. Se Deus causou um universo gigantesco do nada, Ele é imensamente poderoso (Sl 50.1, Ap 1.8, Is 43.13).
  3. Pelo fato de ter planejado e criado o Universo com incrível precisão, trata-se de um Ser extremamente inteligente (Rm 11.33, Is 40.28).
  4. Se um Deus eterno, que existe fora do tempo, criou algo há um determinado tempo atrás, significa que Ele decidiu fazer isso. Ou seja, trata-se de um ser pessoal (Êx 3.14, Jo 14.9).

A Eternidade de Deus

Mesmo com essa sólida argumentação, ainda assim, certamente ouviremos a seguinte pergunta: “Mas quem criou Deus? Porque se o Universo teve uma causa, Deus também precisa ter tido, e assim por diante, em um looping infinito.”

Na verdade, só faz essa pergunta, quem ainda não compreendeu o argumento cosmológico. Não é tudo o que existe que precisa de uma causa, mas tudo o que veio a existir. Trata-se de uma lógica simples:

Se a criação do Universo também foi a criação do tempo, algo que criou o tempo, não pode ter tido um começo, pois só haveria “começo” se já houvesse tempo. Para criar o tempo, é preciso estar fora dele, ser eterno. E algo que é eterno, não pode ter sido criado, senão, não seria eterno.

O próprio Universo não poderia ter tido uma causa se este fosse eterno, porém, diante da lógica, das evidências científicas e da própria Bíblia, o começo do Universo é um fato inquestionável.

A fé e a razão

É óbvio que não podemos explicar ou adaptar Deus à luz das evidências científicas, mas podemos demonstrar como as evidências científicas testificam a forma como o próprio Deus se revelou através da Bíblia (Hb 11.3).

A verdade é que só aceitamos a existência de Deus pela fé (Hb 11.6), porém, não uma fé cega, mas baseada em provas (Hb 11.1). E as provas se acham, primariamente, nas Escrituras, como a Palavra de Deus inspirada (2Tm 3.16) e, de forma secundária, na revelação natural, através daquilo que Deus criou (Rm 1.19-20).

A dependência de Deus

Contudo, dependemos totalmente de Deus para remover a cegueira e a irracionalidade provocada pelo pecado (Ef 4.18-19). Somente assim, teremos a possibilidade de avaliar corretamente as evidências, crer no que dizem as Escrituras (Hb 1.1-2) e ter a fé salvadora em Jesus Cristo (Rm 3.19-24, Hb 2.10).

A descrição bíblica da criação, encontrada no livro de Gênesis (Gn 1), não só declara que Deus criou céus e terra quando nada existia, como também demonstra que Ele projetou nosso Universo de forma absolutamente precisa, para que eu e você, estivéssemos aqui.

Nós só existimos, porque Deus existe. (Jo 1.1-4, Jo 8.58).

Citações:

“A ciência sem a religião é aleijada; a religião sem a ciência é cega”. 3
Albert Einstein
“Certamente houve alguma coisa que fez tudo funcionar. Se você é religioso, é certo que não posso pensar numa teoria melhor da origem do Universo do que aquela relatada em Gênesis”. 4
Robert Woodrow Wilson – Vencedor do Prêmio Nobel de Física em 1978
“Não há dúvida de que existe um paralelo entre o Big Bang como um fato e a posição cristã da criação com base no nada.” 5
George Smoot – Cosmólogo
“[Os astrônomos] descobriram que tudo isso aconteceu como um produto de forças que não esperavam encontrar […] isso que eu e qualquer pessoa chamaria de força sobrenatural é, agora, penso eu, um fato cientificamente comprovado.” 6
“Para o cientista que tem vivido pela fé no poder da razão, a história termina como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância; está prestes a conquistar o pico mais elevado e, quando se lança sobre a última rocha, é saudado por um grupo de teólogos que estão sentados ali há vários séculos.” 7
Robert Jastrow – Astrônomo

Notas:

1 A termodinâmica é o estudo da matéria e da energia, e, entre outras coisas, sua segunda lei afirma que o Universo está ficando sem energia utilizável. A cada momento que passa, a quantidade de energia utilizável está ficando menor. A primeira lei da termodinâmica afirma que a quantidade de energia no Universo é constante, que o Universo possui apenas uma quantidade finita de energia.
2 Conhecido como argumento cosmológico kalam, surgiu pelo empenho de antigos filósofos cristãos, como João Filopono de Alexandria, para refutar a doutrina de Aristóteles acerca da eternidade do Universo.
3 Corey, S. M. (1941). Science, Philosophy, and Religion: A Symposium. Journal of Educational Psychology.
4 The Expanding Universe. Nova York: Macmillan, 1933, p. 157
5 HEEREN, Fred. Show Me God, 2004, p. 139
6 CHRISTIANITY TODAY. v. 6, n. 13, 6 ago. 1982.
7 JASTROW, Robert. God and the Astronomers. Nova York: Norton, 1978, p. 116

Referências bibliográficas:

GEISLER, Norman, TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. São Paulo: Vida, 2001.
GRAIG, William Lane. Em guarda. São Paulo: Vida Nova, 2011.
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001.
GRUDEN, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: 1996.

Este post tem um comentário

  1. Luiz

    O Universo é eterno ele se transforma eternamente. O Big-Bang foi uma transformação de matéria e energia dentro de um espaço maior.

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