Descobrindo a Verdade

O que é a verdade e o que sabemos sobre ela? Será que ela é absoluta ou toda verdade é relativa? Como descobrimos a verdade sobre aquilo que não podemos ver? Será que somente a ciência lida com fatos, enquanto a religião permanece meramente no campo da fé? E, por fim, é possível saber se aquilo em que acreditamos é de fato a verdade?


A verdade existe?

Os principais questionamentos da humanidade são quanto à nossa origem, identidade, propósito, moralidade e destino, ou seja, de onde viemos, quem somos, por que estamos aqui, como devemos viver e, principalmente, o que acontece após a morte. Será que é possível conhecer a verdade sobre estas questões? E se for possível, onde está a resposta? Na ciência ou na religião?

Alguns vão dizer que a verdade nem sequer existe. Porém, quem faz essa afirmação já está tentando defender uma verdade, a de que “não existe verdade”, o que não faz sentido. Se a verdade não existisse, não haveria razão alguma para se buscar sabedoria ou aprender qualquer coisa sobre qualquer assunto na vida. Além disso, exigimos a verdade em praticamente todas as áreas, principalmente naquelas que afetam nosso dinheiro, nossos relacionamentos, nossa saúde e a nossa segurança. Dificilmente encontraremos alguém que goste de ouvir mentiras e ser enganado. A realidade é uma só: nós precisamos da verdade!

O que é a Verdade?

Podemos dizer que verdade é uma afirmação que está conforme os fatos ou a realidade. Toda verdade é absoluta, imutável, transcultural, completa e exclusiva. Ela não depende dos nossos sentimentos ou preferências. Se alguma coisa é verdadeira, ela é verdadeira para todas as pessoas, em todos os momentos, em todos os lugares.

Quem afirma que a verdade é relativa, por exemplo, está afirmado algo verdadeiro ou relativo? Quem afirma que não existe verdade absoluta, está absolutamente certo disso? Quem afirma que a verdade dele é diferente da nossa, está afirmando algo verdadeiro só pra ele ou para nós também? Tais afirmações são falsas em si mesmas.

O fato de um daltônico, por exemplo, enxergar um objeto numa cor diferente, não muda a verdade sobre a cor original daquele objeto, assim como não deixa de ser uma verdade o fato de que ele enxerga aquele objeto numa cor diferente. A verdade é absoluta nos dois sentidos. Gosto, opinião ou perspectiva não muda a realidade sobre as coisas. A verdade simplesmente existe, ela não pode ser inventada, ela precisa ser descoberta! A questão é: como isso acontece? Como descobrimos a verdade sobre as coisas?

Descobrindo a verdade

| Por meio das evidências

Um dos principais métodos para se encontrar a verdade, são as evidências. Através da observação do mundo ao nosso redor, podemos chegar a conclusões razoáveis sobre praticamente todos os assuntos.

Sabemos, por exemplo, que objetos caem por conta da lei da gravidade, mesmo sem fazer o teste com todos os objetos. Sabemos que todo ser humano é mortal, mesmo sem observar a morte de todas as pessoas. Porém, nem sempre é possível ter este mesmo tipo de certeza em outras questões. A razão disso é que somos seres finitos e nem sempre conheceremos todos os particulares que envolvem uma questão. Até mesmo a ciência se utiliza de algum tipo de fé para preencher as lacunas no conhecimento.

| Por meio da lógica

Outro importante método para se descobrir a verdade, são os princípios autoevidentes da lógica.

A lei da não-contradição

O primeiro deles é a lei da não-contradição, ela ensina que informações contraditórias não podem ser verdades ao mesmo tempo. Se algo é verdadeiro, o seu oposto é falso. Um exemplo disso é a própria existência de Deus, enquanto alguns afirmam que Deus existe, outros afirmam que Ele não existe. Os dois não podem estar certos ao mesmo tempo. Se um estiver certo, o outro está errado!

A lei da exclusão do meio-termo

Já o segundo princípio é a lei da exclusão do meio-termo. Significa que, ou algo é verdadeiro ou não é, não existe uma terceira opção. Mesmo quando alguém afirma que não é possível conhecer a verdade sobre um determinado assunto, essa verdade continua existindo, independente do conhecimento que se tem sobre ela.

| Por meio da ciência e da lógica

Por fim, o método mais eficaz para se conhecer uma verdade sobre qualquer assunto, é a combinação da ciência com a lógica. Quando formulamos um argumento a partir de premissas verdadeiras, a conclusão sempre será verdadeira.

Exemplo:
Todo animal é mortal.
Os cachorros são animais.
Logo, todos os cachorros são mortais.

Enquanto a ciência identifica que as duas premissas são verdadeiras, “todo animal é mortal” e “os cachorros são animais”; a lógica nos dá a conclusão verdadeira de que “todos os cachorros são mortais”, ou seja, verdades nos conduzem a outras verdades.

Existe verdade na religião?

E quanto à religião? Será que somente a ciência lida com fatos, enquanto a religião permanece meramente no campo da fé?

Realmente, muitas das crenças que as pessoas possuem não são apoiadas por evidências ou baseadas em provas, mas apenas na preferência e naquilo que elas acham atraente. Muitos possuem crenças baseadas na religião dos pais, dos amigos ou da cultura em que vivem. Outros formulam suas crenças com base em vontades e sentimentos. E, por mais que os sentimentos sejam sinceros, querer que algo seja verdadeiro não faz com que aquilo se torne verdadeiro.

Leia também: “Como desenvolver a Fé Bíblica?“.

A questão principal é que qualquer ensinamento, religioso ou não, só é digno de confiança se apontar para a verdade, caso contrário, ele deve ser completamente rejeitado.

Mas será que é possível descobrir se existe verdade na religião? Afinal, embora as religiões tenham algumas semelhanças, elas discordam em praticamente todas as questões principais, como a natureza de Deus, a natureza do homem, criação, pecado, salvação, céu e inferno. As religiões possuem mais crenças contraditórias do que complementares. E, como as verdades excluem seus opostos, significa que não é possível que todas as crenças religiosas sejam verdadeiras.

Deus é um ser pessoal como afirmam os cristãos, ou uma força impessoal como afirma a Nova Era? Se um está certo, o outro está errado. Jesus morreu e ressuscitou dos mortos como a Bíblia afirma, ou isso não aconteceu, como afirma o Alcorão. Mais uma vez, se um está certo, o outro está errado.

A questão é: com tantas religiões no mundo, como saber qual delas diz a verdade? Como saber se existe uma religião verdadeira?

A grande notícia é que, além da investigação científica e lógica, muitas das afirmações feitas pelas religiões, também podem ser avaliadas por meio de uma investigação histórica, afinal, nenhuma crença religiosa séria, pode ignorar a história. Quando este tipo de investigação é feita, algumas crenças se mostram perfeitamente aceitáveis, enquanto outras, claramente improváveis.

É possível conhecer a verdade sobre Deus?

O primeiro e mais importante passo no processo da busca pela verdade na religião, é investigar a principal afirmação feita por ela: a existência de Deus. É óbvio que, como seres humanos limitados, não possuímos o tipo de conhecimento que vai nos dar uma prova absoluta da existência de Deus, porém, como tudo o que veio a existir possui uma causa, podemos observar se os efeitos apontam ou não para a existência de um ser superior.

Contudo, antes de investigar a verdade sobre Deus e sobre as questões religiosas, é preciso pontuar algo muito importante: será que nossa resistência para acreditar em algo, é apenas intelectual, ou também é volitiva e emocional?

Quem se importa com a verdade?

Quais seriam as implicações se a verdade sobre Deus é que Ele, de fato, existe? Quais seriam as implicações se aquilo que a Bíblia ensina, de fato, é a verdade? Será que estaríamos dispostos a rever nossas atitudes e nossas crenças?

O grande problema é que quando se trata de questões religiosas, que envolvem moralidade, muitos não querem a verdade. Afinal, verdades morais constrangem nossa consciência. Por essa razão, muitos tentam ajustar a verdade para que ela se encaixe em suas próprias convicções, ao invés de ajustar suas convicções para que elas estejam conforme a verdade.

Conclusão

Se queremos a verdade sobre tudo, inclusive na moralidade e na religião, precisamos estar dispostos a suportar as consequências desta verdade. Se Deus não existe, também não existe uma maneira certa ou errada de se viver. Não importa o que fazemos ou no que acreditamos, pois o destino de todos é o pó. Por outro lado, se Deus existe, então é bem provável que também exista um significado e um propósito para a vida. E que as escolhas que faremos hoje, nos afetarão não somente aqui, mas também na eternidade.

Será que se tivéssemos respostas satisfatórias sobre Deus e sobre a Bíblia, estaríamos dispostos a rever nossos conceitos e, se preciso, abandonar nossas crenças atuais? Se a resposta honesta é não, talvez a nossa busca não seja pela verdade.

Existem muito mais evidências que apontam para a existência de Deus, do que o contrário. Nos próximos vídeos nós veremos como é possível ter uma alto grau de certeza nessa questão. Porém, já sabemos que nem mesmo as provas mais evidentes podem convencer quem não está disposto a acreditar.

Referências bibliográficas:
GEISLER, Norman, TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. São Paulo: Vida, 2001.
GRAIG, William Lane. Em guarda. São Paulo: Vida Nova, 2011.

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